Voluntariado morro do macaco molhado - Guarujá

20/07/2024

Novamente, sem hesitar, me preparei e fui para o Guarujá. Desta vez, minha missão era ajudar a encontrar as vítimas do deslizamento no Morro do Macaco-Prego. Assim que soube da tragédia, senti a mesma urgência de agir que sempre me impulsiona nesses momentos de crise.

Ao chegar ao local, fui recebido por uma cena desoladora. A chuva incessante tinha transformado o morro em uma armadilha mortal, com toneladas de lama e destroços soterrando tudo em seu caminho. A atmosfera era carregada de tensão e tristeza, mas também de determinação. Os moradores e voluntários estavam unidos por um propósito comum: salvar vidas e encontrar aqueles que ainda estavam desaparecidos.

Os dias que se seguiram foram uma mistura de exaustão física e emocional. Trabalhávamos sem parar, usando nossas mãos, pás e qualquer ferramenta disponível para escavar a lama pesada. Cada metro avançado era uma conquista, cada sinal de vida, uma esperança renovada. A camaradagem entre os voluntários era inspiradora. Não importava de onde viemos ou o que fazíamos na vida cotidiana; ali, éramos todos iguais, movidos pela compaixão e pelo desejo de ajudar.

Lembro-me claramente de um momento em particular. Estávamos todos exaustos, sujos e abatidos, quando ouvimos um som fraco vindo de debaixo dos escombros. Nossos corações dispararam. Trabalhamos com ainda mais fervor, cavando com cuidado e precisão. Após um esforço coletivo, conseguimos resgatar um sobrevivente. A alegria e o alívio que tomaram conta de todos nós foram indescritíveis. Aquela vida salva foi um lembrete do porquê estávamos ali, reafirmando nossa determinação de continuar.

A experiência no Guarujá deixou marcas profundas em mim. Enfrentar uma tragédia de tal magnitude testa os limites da resistência humana, mas também revela a incrível capacidade das pessoas de se unirem e ajudarem umas às outras em momentos de necessidade. Cada sorriso de gratidão, cada lágrima compartilhada, tornou-se uma memória preciosa que guardarei para sempre.

Saí do Guarujá com um sentimento de humildade e gratidão. Ajudar em situações tão críticas nos ensina sobre a fragilidade da vida e a importância da solidariedade. Essas experiências não só moldam nosso caráter, mas também reforçam a convicção de que, mesmo nas horas mais sombrias, a humanidade pode se levantar e fazer a diferença.